A ação do Espírito Santo na liturgia

A liturgia cristã não só recorda os acontecimentos que nos salvaram, como também os atualiza, torna-os presentes. O Mistério Pascal de Cristo é celebrado, não repetido; o que se repete são as celebrações. Em cada uma dela sobrevém a efusão do Espírito Santo, que atualiza o único Mistério. (CIC 1104).

O Espírito torna presente o Mistério de Cristo. É por isso que em toda a celebração litúrgica, ao lado da anmenese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória), deve haver uma epiclese (invocar sobre), ou seja, deve-se invocar o Espírito para que torne presente Cristo (cf. CIC 1105). Além de invocá-lo, a liturgia é doação continua do Espírito Santo para realizar a comunhão na obra divina e iniciar o retorno de todos os bens à sua fonte e termo.

O Espírito e a Esposa, que é a Igreja, dizem: "Vem, Senhor Jesus" (Ap 22,17). A oração eclesial é a oração que o Espírito faz na Igreja. Realizando a unidade da Igreja, o Espírito Santo nos leva ao Pai em Cristo. O Espírito presentifica Cristo e atualiza seu Mistério. Como dom de Deus e resposta amorosa de fé, a liturgia é a obra comum do Espírito Santo e da Igreja. Na liturgia existe uma verdadeira cooperação entre o Espírito Santo e a Igreja. Glorificamos ao Pai por Cristo na unidade da Igreja.

O Espírito Santo nos põe em comunhão com Cristo e em comunhão com os outros na Igreja. É a comunhão do Espírito Santo (2Cor.13,13) . Por Ele, a Igreja é o grande sacramento da comunhão divina que reúne os filhos de Deus dispersos. Como na Trindade, ele realiza essa especial comunhão íntima e vital entre as pessoas e as comunidades.

O Espírito Santo prepara para receber Cristo. Ele preparou, anunciou e prefigurou sua vinda com os acontecimentos e a inspiração do Antigo Testamento. A preparação dos corações para celebrar devota e eficazmente o Mistério de Cristo é obra comum do Espírito Santo e dos ministros e animadores.

O Espírito une o povo fiel para que seja povo de Deus e cria a assembléia litúrgica; fala ao coração dos fiéis, vivificando a letra escrita da Palavra, que se torna viva ao proclamar-se na celebração; faz oração no coração do fiel para que este peça adequadamente e modele sua vida com o projeto divino; transforma os sinais litúrgicos em presença salvadora, sobretudo na Eucaristia; capacita e envia os cristãos para continuar evangelizando.

O Espírito Santo origina nossa resposta. Só com sua ação interiorizamos o Mistério celebrado, conseguimos uma adesão vital a Jesus Cristo, participamos do Amém de Cristo (2Cor 1,20; Ap 3,14), temos uma atitude de filial obediência para transformar o mundo. Todo dom se concentra no Espírito: "O Senhor dará o Espírito Santo a quem o pedir" (Lc 11,3). Celebramos assim abertos a seus dons e frutos, tanto pessoal como comunitariamente
"Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, assim também mandou Ele os apóstolos para que anunciassem - que o Filho de Deus nos libertara - e para que operassem essa mesma obra de salvação que anunciavam, mediante o Sacrifício e os Sacramentos, em torno dos quais gira toda a liturgia" (Sacrosanctum Concilium 6).

O fim da missão do Espírito Santo em toda a ação litúrgica é colocar-se em comunhão com Cristo para formar seu corpo. O Espírito Santo é como que a seiva da videira do Pai que produz seus frutos nos ramos. Na liturgia realiza-se a cooperação mais íntima entre o Espírito Santo e a Igreja. O fruto do Espírito Santo na liturgia é inseparavelmente comunhão com a Santíssima Trindade e comunhão fraterna entre os irmãos. (C.I.C. 1108)

 

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